O passado passou rasgando

20 de setembro de 2011
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Por Guilherme De Buenas
Fotos por Lígia Ferreira

“Até 2012, se todo mundo sobreviver. Só os fortes ficarão!”

Frase esta que cabe por cá como epígrafe, desferida por Brisa antes de iniciar seu Bis. Mas calme lá, vamos ser mais lineares e começar pelo começo. Começo não, pelo milagre.

Sabadão recheadinho de opções. Teve quem colocou a beca invocada e chamou o parzinho para dançar um arrastapé, a galera que foi prestigiar o último show da e bailar ao som de Cabana Café, e eu, que estive em outro planeta, fui salvo por um milagre e cheguei em Bauru às 22h graças a duas almas lindas, espetaculares e que terão minha gratidão eterna. Sério. Ás vezes nem eu acredito que no fim tudo deu certo. Nessas horas que afirmo: é preciso fé cega!

Mas nessas mal traçadas linhas não cabe xurumelas de chapação. Vamos ao que interessa. Tenho uma ligação muito massa com o pessoal da Pé de Macaco, conheci o Pudim na matrícula, início de 2008, estávamos prestes a iniciar a vida acadêmica na mesma sala, convivi com essa nobre figura por 4 anos, muita do que sou e sei devo a ele, com certeza uma das pessoas mais fodas que eu tive o prazer de tomar muita cerveja na cidade-neón. O Cambota já era figurinha carimbada da minha sesmaria Ribeirão-pretana, sei das epopéias desse menino de longa data. Lembro como se fosse hoje do Brisa chegando na facul, cabelão no style e violão nas costas, o jovem não tinha pra onde ir, acabou ficando uns dias no Villagio 104B, minha antiga e saudosa moradia. Do Sagui vou me recordar para sempre de editar o vídeo dele do “Pau a Píxel”. Sujeito boa gente por demais, um cara definitivamente sem “gueri-gueri”. Sempre curti o som dos caras, minha vida bauruense, prestes a findar-se, tem como hino duas músicas: Relaxa, da Homem Bomba e a "Música da Naty".

Era o fim. O derradeiro. Fecha a conta, garçom que por hoje deu. Não um “hiato indefinido” igual ao Los Hermanos. Era o último mesmo. Despedidas são uma merda. É isso aí, ás vezes tudo muda e continua tudo no mesmo lugar. Um PUTA show, equalização nota dez. Redondinho ... Não dá para não destacar “O tempo não pára” e principalmente o BIS. Definitivamente o dia exato para ser “o dia mundial da compreensão”. Sorte de quem teve o prazer de fechar os olhos naquele momento. A casa caiu com a última música. Sem nomes, deixa o passado lá na casa do caralho. E era uma vez uma guitarra. De lavar a alma.



Uma breve nota sobre Cabana Café: vocês merecem todo o sucesso do mundo. Eles não são só uma banda que faz um som sensacional, são uma matilha, uma trupe, um conglomerado de malandros deveras bons de prosa! Definitivamente o fumódromo tem o elixir social. Galera boa de papo, fácil acesso, tomara que para vocês a noite tenha sido tão boa quanto para nós. Orra, tive até meu nombre dito no palco! Por mais que o tempo ateste em mudar as coisas de lugar, foi para sempre! E há de doer em quem fere ou sai ferido, não vou dizer que é ruim, ou que o gosto não me satisfaz. No começo é uma maravilha, mas no fim dói demais. Ah, só outra coisa, vocês ainda ficaram me devendo as bandas top 3, pode crê?



Por hora, fico por cá, defenestrando toda a minha perene tralha. E se os loucos curtem mesmo essa chatice medonha, vamos simbora daqui com um auditório pronto para nos aplaudir!

O tempo não pára e a gente ainda passa correndo ...


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