Rima de roda, roda de rima

30 de outubro de 2012
1
Por Pâmela Antunes


No último domingo (28) aconteceu a 3° edição do Rima de Roda no parque Vitória Régia. A tarde estava ensolarada com a temperatura acima de 35° graus, mas o calor não atrapalhou ninguém. O parque estava cheio de famílias, casais de namorados, o pessoal dos malabares e a galera que veio para curtir o evento foi chegando aos poucos.



O Rima de Roda é um projeto totalmente independente é uma realização do grupo de rap Fábrica de Rima, que é composto por Jack One, Luiz Felipe, Valter Fernandes, Thiago Zone, Renan Pedrolo, Adriano Magri, Fabio Guerra e João Vitor. Objetivo principal é relevar novos talentos bauruenses, mas também a troca de conhecimento entre os artistas e o publico a interação cultural e o entretenimento.  “A gente estava vendo que em Bauru tem bastante projetos, mas nada constantes que o pessoal podia se organizar e  dizer o dia que vai ter o evento, então todo mundo da Fábrica de Rima criou esse projeto”, disse Mc Thiago Zone, integrante do grupo. "Quinzenalmente, a gente vai pra algum lugar daqui, e hoje a gente escolheu o Vitória Régia por ser um local mais acessível para todo mundo - ainda mais sendo algo sem apoio filantrópico ou de alguma ONG”.

Para acompanhar o MC’s e os rappers, havia dois violões e a galera fazendo beat box. A roda estava aberta para quem quisesse mostrar seu trabalho, podia ser um rap pronto ou uma rima improvisada. Durante a tarde, passaram vários artistas pela roda, um deles foi Dom Black, com seu som que acabou de sair do forno, a música “Artista Independente”. O grupo Fábrica de Rima também se apresentou e mandaram seus raps “Os tempos mudaram”, “Rap Forte”, entre outros.



O momento que mais animou foi a batalha de MC’s - foram sete batalhas incluindo a final. A criatividade rolou solta e não tem essa de "ser amigo", o que vale é ter a melhor rima. Para participar cada Mc colaborou com R$ 2,00 e o vencedor ficou com a grana arrecadada. A final foi entre Da Brisa e New onde o Da Brisa levou a melhor e o dinheiro.

A falta de apoio, caixa de som, palco e microfones não foi problema, pois galera estava em peso mostrando que em Bauru o rap tem força. Para quem não pode fortalecer e comparecer, daqui 15 dias tem de novo. O Rima de Roda sempre acontece no Vitória Regia do lado direito do parque embaixo das árvores, para ficar por dentro quando vai ser a próxima é só curti a pagina do grupo no Facebook onde eles criam o evento e divulgam.

Leia mais...

#Contato - Cidades em Transição

24 de outubro de 2012
0
Por Laís Semis
Fotos por Fora do Eixo

“Quem vive, gera lixo. Quem tá vivo, tá dentro”, resume Djalma, que na Pós-TV do Contato Verde, apresentou o GIRO (sigla de Gestão Integrada de Resíduos Orgânicos). A necessidade desse debate surge em São Carlos por ser uma cidade a produzir diárias 160 toneladas de lixo, sendo que mais da metade são resíduos orgânicos, que acabam se misturando com outros resíduos. Como a capacidade do aterro foi atingida e a situação do aterro novo ainda não foi legalizada, o lixo faz viagens diárias para outra cidade.

Quem recebeu a #Pós-TV do Contato Verde foi o espaço da Rádio UFSCar!


Além dos gastos com transporte, acontece o desperdício do potencial do lixo orgânico. Entrando com uma solução, projeto GIRO traz uma proposta descentralizadora de gestão de resíduos através da criação de diversos pontos de compostagem espalhados pela cidade, num trabalho de educação e sensibilização, se tratando de um projeto que não funciona sem as pessoas.

Já foram elencados três pontos da cidade, sob a ideia de sensibilizar a região ao entorno, distribuir baldes plásticos com instruções do que podem ou não entrar nessa coleta. O caráter pedagógico de serem pontos dentro da cidade é o fato das pessoas conviverem com a realidade de que somos todos produtores de lixo.

Marcos "Ninguém" roda o Brasil espalhando a permacultura


A Pós-TV trouxe outros dois convidados, conectando temas que envolvem futuro sustentável; um deles apresentando todo o processo de construção da Geodésica (que durante o Festival se tornou um espaço de encontro e debate), enquanto Marcos “Ninguém” tratou da permacultura. O permacultor e bioconstrutor ressaltou a importância de que as práticas sustentáveis estejam ao alcance de todos, com tecnologias fáceis de replicar. “Ninguém” apresentou também o projeto “Transition Towns”, movimento criado pelo inglês Rob Hopkins, que se faz presente em 14 países do mundo e em mais de 300 cidades, trazendo uma metodologia de organização para que juntas as pessoas desenvolvam sua capacidade de planejar suas cidades. “Esse novo mundo se forma na prática”, diz o bioconstrutor. “O que eu to fazendo com o meu lixo? Se eu não consigo nem tomar conta dele...”

Leia mais...

#Contato - Rede de Cultura Solidária

23 de outubro de 2012
0
Por Laís Semis
Fotos por Fora do Eixo



O debate sobre Finanças Solidárias e Moedas Sociais do 6º Festival Contato apresentou as experiências de quatro grupos que trabalham com economia solidária em São Carlos. Contando com Cláudio Oliveira (Agência Solano Trindade), Fernanda Martucci (Rede Fora do Eixo), Mariana Martins (Festival Contato) e Wendy Palo (Instituto Cultural Janela Aberta), a mesa expôs o funcionamento das moedas sociais e a potencialização de seu uso em rede visualizando a sustentabilidade e a sistematização das trocas de serviços e produtos, criando uma relação com o mercado.

Complementar ao real, a moeda social ou solidária sistematiza as trocas de serviços e produtos, criando uma rede de trocas e estimulando o desenvolvimento local. A sistematização dessas trocas através da moeda social física acontece de diferentes maneiras dentro dos empreendimentos, ela pode ter prazo de validade ou mesmo nem existir.

O Contato, por exemplo, adotou em 2010 o sistema solidário visando garantir a sustentabilidade do Festival, potencializando e estimulando as trocas dos convidados e equipe, podendo ser usada dentro da rede estabelecida ali. A moeda evita o desperdício, permite o direcionamento do consumo, pra ser usada dentro da cidade e dos estabelecimentos que integram a rede de economia local. Levando o nome de $Contato, a moeda é física e com prazo de validade do ano de realização e podendo ser usada apenas nos dias que o Festival Contato acontece.

Dentro do Fora do Eixo, o card costuma ser computado através de planilhas online e alguns de seus coletivos já trabalham com a moeda física. Em São Carlos, o $Marciano circula pela rede local. Outra moeda física complementar que roda pela cidade é o $Conto, sob organização do Instituto Cultural Janela Aberta. A economia solidária são carlense reúne 30 empreendimentos e vem se desenvolvendo há 10 anos, ao lado de entidades como o Departamento de Apoio à Economia Solidária da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda da Prefeitura Municipal.

Leia mais...

Construindo a Matriz 4D

19 de outubro de 2012
0
Por Laís Semis
Fotos por Fora do Eixo



Sob as instruções de Lala Deheinzelin, especialista mundial em Economia Criativa & Desenvolvimento Sustentável, os presentes da Oficina do 6º Festival Contato, em São Carlos, se depararam a imaginar um projeto-sonho, baseado em seus bancos de estímulo e traçar os passos de como viabilizá-los.

Entre espaços públicos mais coletivos, escolas com salas reduzidas e voltadas para novas formas de aprender, transformar a universidade em uma formadora de gestores de economia criativa possibilitando a passagem desse conceito para novas gerações, repensar a cidade e sua ocupação, os participantes da Oficina “Economia Criativa, Sustentabilidade e Possibilidades de Futuro” elencaram cinco projetos para trabalhar: moradia e ofício, outro aprender, cidade para pessoas, ativismo visual e a universidade como difusora de uma nova economia.

Trabalhando em grupos para que os recursos disponíveis pudessem ser somados e levando em conta recursos que não costumam ser considerados propriamente como recursos sócio políticos, sócio culturais, tecno-naturais e monetário-solidários (chamados de 4D - 4 dimensões da sustentabilidade), os participantes mapearam estruturas, espaços e equipamentos, porque “é preciso estudar os capitais pra poder convergir para a prática”, explica Lala. 

“A matriz 4D é uma lente através das quais podemos compreender, monitorar, avaliar e criar fluxos de trocas entre essas 4 dimensões” e qualquer um pode se utilizar da matriz. “Acreditar que é possível é a primeira coisa para viabilizar que aconteça”, continua. Observar os hardwares e softweres que estão disponíveis a níveis individuais e coletivos e reconhecer o valor do que é local e próprio, levar em conta o diferencial do que se está sendo produzido e se utilizar do que está a disposição são essenciais para se chegar aos resultados. “Recursos são potenciais e estes potenciais devem ser ativados para que possam gerar resultados”, Lala lembra, “e a palavra que mais é chave de futuro é colaborativo”.

Leia mais...

“O interior também tem voz”

18 de outubro de 2012
0
Texto Giovanna Diniz
Foto: Arquivo Pessoal/ Thigor MC

Uma brincadeira de um amigo gerou o apelido de Thiago Luiz da Silva, o Thigor. Com apenas 26 anos, Thigor possui uma carreira musical que vem desde os seus 12 anos de idade. Seu primeiro contato com a música aconteceu através do pai capoeirista, que lhe mostrou o samba. Aos 15 anos começou a escrever letras de rap e mais tarde, em 2005, ajudou a formar o grupo de Rap Gospel Guerreiros da Luz. Um ano depois foi lançado o primeiro CD do grupo, Caminhando na fé.

Divergências dentro do Guerreiros da Luz levaram a separação de Thigor do grupo. Apesar de não ter em mente um trabalho solo antes de sair do grupo, o rapper lançou recentemente o CD A Caminhada Continua, referência ao primeiro CD do seu antigo grupo. 



A estreia do álbum aconteceu em maio deste ano no Teatro Municipal de Bauru, contando com a presença de amigos e convidados de Thigor. Para ele, foi um grande prazer dividir o palco com colegas que ajudaram e participaram na sua carreira. O CD, produzido por Kleber Gaudêncio, é fruto de um trabalho de dois anos, com várias contribuições de amigos, inclusive para financiá-lo, já que Thigor não possui vínculo com nenhuma gravadora. 


A Caminhada Continua mostra a preocupação do rapper em mostrar sua história de superação, além de deixar claro que existem alternativas para a situação de violência e drogas vividas por jovens da periferia. “Sou um cara meio calado”. Apesar de se definir assim, Thigor diz que foi na música que encontrou o caminho para poder se expressar e passar sua mensagem. Além disso, foi no Rap que conseguiu encontrar uma forma de contar e fazer poesia, conseguindo incluir no seu trabalho detalhes que não poderiam ser encontrados de outra forma. Thigor também cita Apocalipse 16, Lito Atalaia, MV Bill, Lauren Hill e Sérgio Saas como suas principais influências.

Recentemente o rapper trabalhou em parceria com Dom Black no documentário A Praga do Século, ainda em fase de produção. O documentário surgiu após a criação da música de mesmo nome e foi filmada na Casa de Apoio Efrain, onde o rapper esteve buscando informações sobre a recuperação e a realidade de jovens envolvidos com drogas. O objetivo foi mostrar o que Thigor passa em suas músicas, que é relatar o problema para poder mostrar que há alternativas de superação, além de “libertar antes”, já que é mais difícil “tirar os que já estão dentro da droga”.



O rapper também trabalha na Zika Zuka Produzsons com o produtor musical Felipe Canela e no projeto Wise Madness, – Sábia Loucura em inglês que leva arte e cultura para jovens com o objetivo de mostrar um caminho “fora das ruas” e transformar a vida deles. Como Thigor contou, ele é o exemplo vivo de que a música e as artes podem transformar a vida das pessoas. Ele também falou sobre o Ponto de CulturaHip Hop que dá apoio a artistas que trabalham nessa área e também para quem se identifica com essa cultura. Nesse sentido Thigor acredita que iniciativas como rodas de rima e festivais que dão espaço para a cultura local são importantes para dar a voz a quem não teria essa chance.

Ouça as Músicas do Thigor MC!
Leia mais...

Piratas na Moradia

15 de outubro de 2012
0
Por Keytyane Medeiros



- Capitão Willian Will Obbel, você está sendo convocado pela marinha britânica!

- Capitão Willie William Will o’Well!

- Que seja! – grita o comodoro britânico bem em meio ao pátio do MIS, Museu de Imagem e Som de Bauru.

O oficial já combateu o pirata William o’Well antes e quase perdeu, ganhou, perdeu de novo e por ora está por cima novamente, mas tudo isso por quê? Sem moradia ou emprego e fugindo de impostos abusivos, os piratas da Grã-Bretanha tentam fundar uma Federação Pirata, numa ilha distante da rainha sob o comando do atrapalhado o’Well.

A peça faz parte do primeiro FACE (Festival de Artes Cênicas de Bauru) e levanta a questão da moradia, do imperialismo inglês e da clandestinidade de forma bem humorada e inusitada com a Companhia Coletivo de Galochas, de São Paulo.

Nada de dramas ao falar de um pirata doidão que está preso e condenado à morte. Não, não! O lance aqui é divertido, apesar de tratar de um tema sério, como os movimentos de ocupação e o direito à moradia, que todos os cidadãos têm. A apresentação foi dinâmica, utilizando todo o espaço disponível no MIS, desde o pátio, até as ferrovias do antigo trem da cidade.

Boa parte da comédia se deve às desavenças e confusões dos bucaneiros durante as cenas, em especial na hora de escolher o sistema de governo da Federação. Todos se julgam filhos de um pirata antigo e aventureiro, talvez um rei ou até mesmo um imperador dos piratas! Como saída contra o autoritarismo dos antigos monarcas, elegeu-se um papagaio mudo para o cargo de presidente. E é claro que o esperto Willie o’Well se torna o porta-voz do bichinho. Mesmo assim, a Federação é um sucesso e começa a preocupar a Coroa Britânica.

Há mais de um ano, os Piratas de Galocha ocupam o Edifício Prestes Maia, no bairro da Luz em São Paulo. O prédio é o maior espaço de ocupação da América Latina, e a escolha pelos piratas diz respeito ao domínio da violência por parte do Estado contra os cidadãos “desviados” da sociedade britânica da época, tal qual acontece hoje, na capital paulista, diante da higienização do centro histórico de São Paulo. Em entrevista à revista Caros Amigos, o diretor da peça, Rafael Presto, defende a escolha pelos personagens ficcionais “pois pirata é a pessoa que não aceita o monopólio da violência do Estado e defende a violência para saquear, os piratas queriam continuar independentes. É como o movimento de ocupação, é um uso de violência perante as leis do Estado, porém uma violência necessária para fazer valer o direito à moradia, garantido pela Constituição e quem não tem o direito e o acesso à cidade, só ocupando”.

Como se vê, o tema é sério, mas a dinâmica não. Trata-se de uma estratégia para manter o público atento em plena noite de sábado (como se um bando de piratas correndo desajeitados pelos pátios e trilhos da Antiga estação ferroviária não fosse algo intrigante). O comodoro da marinha britânica tenta convencer os bucaneiros a abandonar a clandestinidade, lhes oferecendo emprego, salário e perdão político. Muitos cedem com medo do poder de fogo das tropas inglesas, mas o Capitão Willian Obell (Willie William Will o’Well !!!) resiste e enfrenta o comodoro inglês, representante das indústrias que fomentam o ataque à Federação bucaneira. 


No fim, todos (os que se renderam e os que resistiram) acabam enforcados pela Coroa britânica. Para os piratas, bem como os cidadãos brasileiros que carecem de moradia, ocupar é preciso. É um dos direitos fundamentais do homem e não pode ser tratado como um problema isolado em nossa sociedade, como uma Federação de Piratas pronta para ser desmoronada.

Confira mais fotos aqui.

Leia mais...

Documento apresenta pontos para a construção da "Faculdade Que Queremos"

Com o objetivo de elencar pontos considerados essenciais para a gestão dos próximos anos da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp Bauru (FAAC), o e-Colab ao lado dos Centros Acadêmicos e outros projetos de extensão se reuniram para discutir ensino, extensão, estrutura física, participação estudantil e gestão da Faculdade. 

Intitulado de "Faculdade Que Queremos", o documento contempla pontos das cinco áreas discutidas na assembleia visando uma gestão participativa, criando espaços de debates e garantindo um processo democrático e plural e que gere integração entre os cursos de Jornalismo, Rádio e TV, Relações Públicas, Arquitetura, Design e Artes.

As duas chapas candidatas à Diretoria estiveram presentes no evento. O documento foi apresentado aos alunos dos diferentes cursos que se manifestaram num abaixo-assinado do "Faculdade Que Queremos", apoiando os pontos colocados. 

Carbone e Nilson, eleitos para a gestão da FAAC


Nilson Ghirardello e Marcelo Carbone, da chapa "Experiência, Participação e Planejamento", foram eleitos no dia 11 de outubro e devem assumir o cargo no final de novembro. A chapa ganhadora também se mostrou favorável a ação e assinaram o documento, se comprometendo a cumprir os pontos.

Confira as propostas elencadas pela Assembleia do dia 04 de outubro de 2012, pelos Centros Acadêmicos de Comunicação (CACOFF), Arquitetura (Cafca) e Design (CADUNESP), pelos projetos de extensão e-Colab, grupo PET, Web Jornal e CineShot e pelo Prof. Dr. José Xaides de Sampaio Alves, do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (em parecer enviado por escrito à pedido dos discentes).

Leia mais...

Vamô que “Vamô Vovó”

12 de outubro de 2012
2
Por Pablo Marques

A banda “Vamô Vovó”, que venceu o Festival Interunesp MPB de Ilha Solteira desse ano, chegou com a banca de big band e botou todo mundo para dançar, pular e enlouquecer ao som da música “Balada Niilista Freudiana”. Nomes poucos usuais, composições bem humoradas e muita coisa legal para falar. Os caras dominaram a platéia e conquistaram os jurados. Guito Giordano, um dos vocalistas, representou a banda em uma entrevista para o Ecolab.

Como surgiu o nome da banda?
Nós começamos com o nome “Badtrip soul funk”. Foi com esse nome que a gente foi para Ilha pela primeira vez. A nossa música “Loucos Futebol” tinha um rife que parecia dizer “Vamo vovó”. Daí o Daniel Vajani começou a brincar de falar "vamo vovó" e resolvemos colocar esse nome.

Quantos integrantes a “Vamo Vovó” tem hoje?
A banda começou com 6 e hoje são 9 fixos e mais uns três são convidados às vezes. São amigos meus ou dos meninos, que chamamos quando a gente precisa de alguém pra cantar ou de um coro maior. No caso da apresentação de Ilha Solteira eu chamei três amigos que tocam comigo em outro projeto o “Clodô e os Afinadores de Pianos”. Juntamos todo mundo, já que eles também fizeram UNESP, e fomos para o festival.
Existe dificuldade de se locomover e de conseguir infra-estrutura?
A dificuldade é absurda, até para ensaiar. Normalmente ensaiamos pouco e sempre antes do show. Todo mundo sabe o repertório e cada um ensaia na sua casa. Para se locomover é pior ainda. Além do cachê para cada, tem passagem, alimentação e hospedagem. Por isso é difícil conseguir show fora de Assis, às vezes o cara não concorda em pagar tudo o que precisa.

A banda surgiu só para o festival Interunesp de MPB?
A banda surgiu o ano passado para o festival de ilha, mas ficou tão legal que resolvemos continuar. Tem dado certo e a galera gosta muito. A música é bem dançante não temos papas na língua, a gente fala o que quer, e até recita umas poesias.

Como chamam as músicas que foram apresentadas no festival em 2011?
Tinha uma que chamava “Chora Ariel Chora”, que era sobre cocaína. A outra era “Louco de Futebol”, que é sobre essa doidera que é o futebol. Deixa o pessoal pobre enquanto os jogadores milionários só crescem. Tem mais uma, da banda “Não tem Colírio”, chamada “Guerra de Lama”. Essa era uma música de protesto. Faz uma crítica aos políticos, senadores...

Mas vocês são uma banda de protesto ou que faz música de protesto?
Nossa música é inteira de diversão. Nossa idéia é deixar nosso público feliz. Mas dentro da gente já tem esse protesto, nós temos um pensamento político diferenciado e por isso a música de protesto faz parte. Aqui dentro da universidade a gente tenta fazer a nossa parte.



Além das bandas universitárias, como é a cena musical de Assis?
Aqui tem muitas bandas e compositores. O André Melo é um excelente compositor e é da época da Bossa Nova. No festival de Tarumã ele ganhou em primeiro lugar sozinho, sem banda nem nada. O cara é muito bom. O Conrado do sax tem uma banda de música regional do interior de São Paulo chamada “Shandala”. Eles ganharam o segundo lugar no festival de Tarumã. A “Clodô e os Afinadores de Piano” ficou em terceiro. Tem também o “CVOD” de hardcore. Assis revela muita gente. Tem o Clóvis da banda de MPB chamada “Gira Gerais”, hoje no Rio de Janeiro. Tem também o Tiago Loreano. Aqui a galera cresce porque tem muita gente boa, mas a universidade não abre espaço. A gente quase não foi para o Festival de Ilha Solteira por causa da burocracia que não permitia que membros da banda que não eram mais da faculdade fossem no ônibus. Sendo que eram ex-alunos, pagam impostos e deveriam ter o direito de viajar como qualquer um. Se não fosse alguns esquemas a gente não ia conseguir ir com a banda completa para o festival.

Quais são as referencias da banda? Muita gente falou no festival de ilha que a música “Balada Niilista Freudiana” parecia uma composição da banda “Móveis Coloniais de Acaju”.
Vieram falar para mim também, mas eu não conheço a banda. Eu estudo música desde criança e tenho influência de tudo, música clássica, regional, MPB... Eu ouço tudo e não escutei “Móveis Colônias de Acaju” porque não fui atrás ou não tive a oportunidade de alguém me mostrar. A “Vamo vovó” em si a primeira idéia era ser uma banda de funk, mas a gente gosta de bossa nova, samba rock, Caetano, Chico, Raul Seixas... Cada um trouxe alguma coisa.

Além do curioso nome da banda, o nome da música “Balada Niilista Freudiana” é intrigante. Como ela foi criada?
Essa música foi todo mundo junto em partes. A letra e o rife surgiu aqui na minha casa. Tava brincando com o violão e inventei a batida sem querer. Eu gostei do som porque achei meio torto, meio que um boleiro diferente. Falei para o Leo Afonso, que é letrista, que tinha inventado um rife, em quarenta minutos a música tava pronta. Botei a música na internet, depois de um tempo começou a crescer o número de visualizações e resolvi levar para banda. Falei com a  “Clodô e os Afinadores de Piano”, só esquecemos do baterista, mas não foi de propósito. Daí cada um fazia a sua parte do arranjo em casa, juntamos tudo e assim deu certo.

As músicas estão só na internet?
O CD tá sendo feito! Vamos lançar no ano que vem, mas não tem nenhuma data definida porque a gente pretende pirar em cima desse CD por muito tempo.  As nossas músicas costumam ser temáticas, contam uma história e são pautadas nos nossos dias. Todas as letras são vivenciadas.

O que você considera que é um diferencial da banda?
A espontaneidade e a diversão! A gente não liga para o que acontece, só se diverte. O nosso diferencial é não se preocupar com a vida dos outros, a gente vive a nossa e faz a vida dos outros mais divertidas.




Leia mais...

ATENTADO É O ESCAMBAU, AQUI A EXPLOSÃO É EM SEU OUVIDO

11 de outubro de 2012
0


Por Jayme Rosica
Fotos por Thaís Farias

É 1, é 2, é 3....e a explosão!! Sexta-feira, Jack Music Pub, Projeto Homem Bomba subindo ao palco. BOOM sonoro!!

O primeiro show da banda após o lançamento oficial de seu EP que ocorreu no Teatro Municipal foi uma festa das boas. Portaria free para quem se inscreveu previamente e breja bem barata, ingredientes capazes de deixar qualquer rolê muito, mas muito interessante. A noite contou inclusive com a participação especial de Picolé, ex-integrante que mandava o famoso cavaco na banda.

Velha conhecida das festas de república bauruenses, os caras mandam muito bem na performance ao vivo, uma apresentação com técnica e entrosamento, que garantem uma fluidez sonora exemplar.

Eles mostram grande criatividade nas composições próprias e grandes sacadas nos covers encaixados no repertório, o que garante ao show uma sequência bem estruturada.

O som contagia, faz mexer os pés, o corpo, a cabeça...

O lançamento recente do EP: Consiencia Leve, só afirma o que qualquer um já sabia: esses caras tem qualidade e potencial para explosões cada vez maiores.

Assim esperamos, salve os homens bomba e a explosão de notas lançadas aos nosso ouvidos.


Leia mais...

Tem cal nesse samba

9 de outubro de 2012
0
Por Keytyane Medeiros
Fotos: Arquivo Pessoal/Silo Sotil


Desde que li “O Cortiço” nada e nem ninguém me tira da cabeça que domingo é dia de samba. Mas samba mesmo, de raiz; com pandeiro, viola e gente dançando ao redor. E a cada dia é mais difícil ver essa cena, principalmente se você não mora nas proximidades do bairro de Anhangabaú em São Paulo, ou em Campinas. Explico: em São Paulo, o bairro central costuma receber vários artistas em seus barzinhos durante os fins de semana, um esquema parecido acontece na cidade do interior paulista.

Em Campinas, Casa Caiada é um desses grupos que alegra os fins de semana da cidade, mas para eles, se apresentar em casas de show nunca foi um apenas um hobbie. Sempre foi um trabalho, mas mais do que isso, o samba para eles é estilo de vida.

Silo Sotil, vocalista do Casa, conta que o grupo surgiu da necessidade de criar um grupo para a manutenção do projeto “Escuta o Cheiro” da prefeitura de Campinas. Deu tão certo que em outubro o grupo completa quatro anos. O nome curioso tem a ver com a identidade musical do grupo, que segundo eles mesmos, é “bastante crua e verdadeira”, na tentativa de diminuir a necessidade de retoques artificiais no trabalho final, tal qual os velhos sambas de roda.


O primeiro CD da banda, está recheado de arranjos tradicionais, mas em suas letras, o grupo destrói alguns estereótipos recorrentes no samba. Um exemplo disso é a canção Malandro Honesto. Apesar do trecho “sou dono de mim, faço o que quero, vou onde desejo, não tenho compromisso, nem levanto cedo. Só quando acaba a grana é que eu arranjo emprego”, a música narra a história de um homem que faz o que quer, mas não precisa sacanear ninguém para isso, paga suas dívidas e cumpre o que promete, mas o seu único defeito é gostar da vida.

Outra canção anti-estereótipos é Fora de sim, já que além de culpar a moça por não ser mais capaz de amar, a personagem da música toma uma decisão contrária à que muitos sambistas e sertanejos normalmente tomam, se recusando a tentar uma reconciliação.

Silo diz que detesta estereótipos, “já se foi o tempo em que ser malandro, ficar dando golpe em gente honesta, ou gastar tudo em cachaça (não que eu não gaste um pouco...). Acho que a importância de se compor é justamente a oportunidade de recriar, retratar o momento.”. Para ele, a realidade social do Brasil é diferente da época dos grandes compositores brasileiros, como Cartola, Noel Rosa ou Wilson Batista e isso acaba influenciando a composição das músicas e das ideias passadas através delas. “O malandro honesto é o típico exemplo de um retrato de um cara que não gosta de fazer o que não gosta, mas nem por isso precisa roubar ou extorquir.”

A banda passou por várias alterações ao longo de sua existência, mas influência do samba de roda, samba clássico nunca saiu de cena na vida dos artistas do Casa Caiada. Artistas como Nelson Cavaquinho, Mestre Candeia, João Nogueira e músicas de roda compõem o repertório cultural do grupo. Silo ainda reforça a autonomia criativa da turma de Campinas, “é fundamental que se conheça samba para se fazer samba, mas não precisamos necessariamente repetir um monte de coisa que já foi dita.”.

Certos que de “nossa realidade política nos roubou muito dinheiro e romantismo”, o Casa Caiada traz para a nossa vida hiperconectada, fechada em paredes do quarto e à base do ar-condicinado, toda a leveza das rodas de samba não-televisionadas. 


Leia mais...

Na toca do Coelho Branco

8 de outubro de 2012
0
Texto e fotos por Laís Semis



Me senti intimidada quando Raíssa, ao levantar do gramado, me olhou profundamente com seus questionamentos - logo ela, que costuma me deixar sempre à vontade. “Você mora aqui? AQUI? Aqui é Bauru? É aqui que você mora?”.

O cenário ao nosso redor é inusitado. Cerca de 30 caras de chuteiras, capacetes e ombreiras gigantes estão reunidos. Entre eles, passam roqueiros de todos os tipos. AC/DC cover na concha do Vitória Régia. Os times conversam. “Heeeey”, eu ouço pela esquerda enquanto tento entender as estratégias do jogo. No mesmo gramado, outras pessoas se destacam: vestidos de preto e branco, fora de moda. Os apitos que ouço não são dos meninos jogando bola.

Finalizando a Oficina “Bauru Através do Espelho”, de Verônica Veloso, que aconteceu durante a semana do FACE (I Festival de Artes Cênicas de Bauru), os participantes foram explorar os espaços públicos, interagindo com as pessoas e o espaço em si e questionando a relação entre os dois.

E, como Alice, eles falavam sozinhos e se perguntavam confusos: “O que te move? O que te impulsiona? O que move é o que te impulsiona?”. Numa tarde assim, Alice diria “estranhíssimo. Cada vez mais estranhíssimo”. Mas o quê exatamente? Ela não saberia dizer o que ao certo seria estranho nessa totalidade maluca.

Pisquei.

E quando abri os olhos, os três meninos voltavam molhados no meio da platéia roqueira da concha acústica a espera do show começar. Correndo por toda a extensão do Vitória, quem decidiu acompanhar curiosamente a intervenção foi convidado a tomar um pouco esse lugar de Alice e sair atrás do Coelho Branco pra saber onde eles iam apressados, mesmo sem ter sido convidado de fato a participar da corrida.




Entre malabares, rimas de hip hop, jogadores, roqueiros, crianças e casais iam descobrindo o parque, subindo em árvores e brincando em balanços, como se o Vitória fosse o quintal de casa.



Leia mais...

Hip Hop Bauruense invade a Rádio Unesp FM

7 de outubro de 2012
0


Por Keytyane Medeiros*

Os membros do grupo Zika Zuca Productions estiveram na Unesp nesta terça-feira para fazer a gravação do programa “Música Ligeira”, comandado pelo apresentador João Flávio Lima.


O programa foi ao ar, nesta sexta-feira, 5 de outubro, mas terá reprise hoje, as 20h, na Rádio Unesp FM – 105,7FM, de Bauru. Os rappers Dom Black, Vitor Félix e Thigor Mc contaram como veem o hip hop na cidade, como é vê-lo crescer e ser reconhecido como música e também falaram sobre o processo de composição das letras do grupo.


Para o rapper Thigor MC as canções são frutos de “momentos em nossas vidas que merecem ser registrados”. Ele afirma no programa que suas músicas trazem um vocabulário simples e direto, já que a gíria faz parte do dia a dia das pessoas e por isso, não há como não utilizá-las em suas músicas.

Criticando a nossa sociedade atual e os veículos que mantém suas estruturas político-econômicas, Dom Black é taxativo ao dizer que a mídia trata os problemas sociais de maneira superficial, “mas sabe que o problema não vende”, e por isso, há um desinteresse geral pelos assuntos sociais da comunidade. Num programa cheio de amizade, emoção e reconhecimento, os meninos do ZikaZuka representaram dentro da Unesp.

Não perca as reprises do programa! Sábado, às 20h e domingo, às 3h.



*Contribuiu Jéssica Costa
Leia mais...

Cultura nas Eleições 2012: Chiara Ranieri

5 de outubro de 2012
0
Em mais uma entrevista, o e-Colab dá continuidade a uma série de posts que pretende mostrar a essência das propostas dos quatro candidatos a prefeitura de Bauru no que cerne a Cultura de Bauru. É simples. Fizemos quatro perguntas sobre problemas diversos da gestão cultural da cidade e apresentamos apenas as respostas.
O conjunto dessas respostas pretende facilitar a interpretação das propostas e, esperamos, ajudar o bauruense a escolher seu voto no próximo domingo, dia 7.

(Nota: Não conseguimos contato com o candidato Rodrigo Agostinho até o momento e por isso não participa dessa série de posts).




Veja agora as ideias de Chiara Ranieri (DEM) sobre a cultura de Bauru:


"Uma de nossas ações na área da cultura é a descentralização dos eventos culturais e de lazer: vamos levar as atrações também aos bairros, para que toda a população possa não só ser plateia, mas também ser protagonista das ações culturais dentro de Bauru. Hoje, tudo é muito concentrado no Teatro Municipal e no Vitória Régia – espaço que continuarão recebendo eventos. Mas é importante que os bairros também recebam teatro, música, cinema, artes, literatura e todo o tipo de manifestações artísticas. Para isso, vamos usar estruturas como praças, escolas e até centros comunitários. Se eleita, durante a transição entre os governos, antes de assumir, pretendo levantar locais que possam servir de palco para que as atrações cheguem até os bairros – conto, inclusive, com a ajuda da classe artística e de agentes culturais para isso."



Chiara Ranieri - Foto: Divulgação
"Também fiz questão de incluir em meu plano de governo a criação de um calendário de eventos para a cidade. Hoje, não temos. As coisas vão surgindo. É preciso planejamento, até para termos uma divulgação melhor e, se for o caso, buscar recursos junto ao governo estadual e federal. Vale dizer que as viradas, reviradas e atividades do Sesc são importantes e não serão desprezadas, assim como outras parcerias. Porém, o grande desafio é distribuir, durante todo o ano, eventos que englobem grande parte das manifestações culturais e que possam ter a cara de Bauru, valorizando nossa produção cultural e artística. Para isso, parcerias são fundamentais. Mas, de qualquer forma, o primeiro passo precisa ser nosso, com a criação de um calendário mínimo e que, com o tempo, possa ser aprimorado, tanto na quantidade das atividades quanto nas possibilidades de investimentos."




"Neste primeiro momento, acredito ser importante fortalecer o acesso à Lei de Estímulo à Cultura. Hoje, a verba destinada ainda é pequena, mas, mesmo assim, muita gente tem dificuldade de montar um projeto para concorrer a essa verba. Em meu governo, teremos um departamento voltado a criar projetos para trazer verbas para a cidade em todos os setores. A ideia é que uma parte deste departamento possa ajudar os diversos setores (esportes, cultura) a criar projetos para enviar aos governos estadual e federal. Este apoio técnico já estimulará pessoas e grupos a participarem mais da  produção cultural – dessa forma, espero também que haja uma retroalimentação, ou seja, os próprios grupos avisando de editais existentes para determinados eventos e que necessitem apenas de projetos, parte na qual ajudaremos. Acredito que, com esse primeiro passo estabelecido, a prefeitura pode pensar em um segundo passo, como começar a aumentar ainda mais a verba destinada à cultura, a isenção fiscal para projetos, entre outros. Porém, nesta área, ainda é preciso um pouco de cautela porque nossa capacidade de investimento é muito pequena. Pés no chão, mas com muita vontade de ajudar a melhorar este quadro cultural na cidade."



"Deixando claro que o Conselho é importante para a cidade. Os conselhos, hoje, têm atuação burocrática na cidade – e, infelizmente, em quase todas as áreas. Se não me engano, o presidente do Conselho de Cultura é ou era, até pouco tempo atrás, o secretário de Cultura – isso é um absurdo. Precisamos manter o canal de comunicação sempre aberto, mostrar que essa ferramenta é fundamental para o crescimento cultural da cidade e fazê-la funcionar. Um primeiro passo, por exemplo, é que este Conselho possa opinar e ajudar a montar o calendário cultural da cidade. Outro é que nos ajude a identificar polos de cultura por aqui – e não só identificar como também nos apresentar. Acredito que, a partir do momento que uma relação real é criada, o dia a dia nos ajudará a definir qual será a função mais importante do conselho para a prefeitura e, principalmente, para a sociedade bauruense."



Leia mais...

Guerra e Paz

Texto por Aline Antunes
Foto por Guilherme Coloiso

A Guerra de Pietrovit na Praça da Paz.



Na sexta-feira a temperamental primavera completava uma semana. A noite fria e de muito vento não espantou as famílias com crianças pequenas e os muitos outros marmanjos do espetáculo “A Guerra de Pietrovit” que aconteceu na Praça da Paz.

E o que foi o FACE?
“Inundar cada espaço, colocar o Homem face a arte, contaminar todo público! FACE - Bauru, o Festival de Artes Cênicas de Bauru, uma realização do Protótipo Tópico, tem sua primeira edição neste ano de 2012.”

O grupo de teatro Protótipo Tópico além de encabeçar o festival, também foi responsável por parte do conteúdo das apresentações, contando com a parceria de grupos vindos também de Londrina e São Paulo.

A peça com ar de circo tinha três atores no elenco, mas eles não se resumem a isso, e muito menos ao palco e linóleo. Interagindo com o público surgiram diversos “Matadores” e “Morredores”. Não sabia o que mais me confundia, os palhaços correndo pelo público, ou as crianças correndo pelo palco.



A Guerra de Pietrovit conta a história de guerras. Guerras frias e quentes, que a partir de um jogo cômico de palhaço nos trazem situações do cotidiano que detalham as batalhas do dia a dia.

O festival FACE trouxe uma oportunidade de conhecer melhor grupos artísticos dentro da cidade de Bauru, fortalecendo assim a cena cultural. A atração teve entrada franca, se você resistisse ao churros da Praça da Paz o custo da noite seria zero.



Vitória, Glória!
Leia mais...

Miséria: a tia, a pereira, a praça, o fim de tarde e festival

Por  Higor Boconcelo


Por  Higor Boconcelo 
Fotos por Higor Boconcelo e Paulo Infante

Não poderia a organização do FACE, o Festival de Artes Cênicas de Bauru, ter escolhido lugar melhor para encerrar o evento se não a Praça Rui Barbosa, localizada no centro da cidade. Certo que não é um local comum para se encerrar festivais, ainda mais de arte cênicas; mas, se a própria visa imitar, projetar ou incitar a uma interpretação da chamada realidade, não existiria cenário melhor. 

Certamente a população de pombos, desabrigados e outros poucos munícipes, que normalmente habitam o ambiente aos domingos a tarde, estranhou a movimentação daquele fim de tarde. Quase cinco horas e ali estava erguido um cenário peculiar, onde o ferro dava forma a uma árvore, carregada de frutas. Atrás, artistas já se posicionavam. Logo chegava o público daqueles atores, avisados ou não, cerceando o cenário com aquela expressão de interrogação, suitando perfeitamente para a ocasião.

Por Higor Boconcelo
A canção que seguia, acompanhada de instrumentos de percussão, anunciava o nome da árvore, sua dona e da atração. A Pereira da Tia Miséria, diriga pelo núcleo londrinense Ás de Paus, trazia todos seus intérpretes sobre pernas-de-pau, maquiagem pesada e figurino caprichado, nos bons moldes do teatro de rua. 

A primeira a ser nos apresentada é a árvore, que logo é escalada por dois pivetes de mais de dois metros de altura, sedentos por alguma(s) daquelas pêras suculentas de papel dobrado. Em seguida, carrancuda, surge Tia Miséria, expulsando-os de lá juntamente com seu cão, nomeado de Sem Nome. O drama da velha senhora (“embora não pareça, eu sou mulher”) se resume à busca de seu filho perdido, Fome, conhecido do mundo inteiro, que some sem deixar pistas de onde quer que vá parar. No desenlace da trama, Tia Miséria divide sua lamúria entre as buscas do filho, tocar os fedelhos de sua árvore, proteger suas frutas, impor-se sobre seu cão amigo e a ajudar a um pobre mendigo. Sua rotina muda ao topar com a Morte, “naturalmente necessária para um mundo em que novas possibilidades não param de nascer”. Ao sofrer a ameaça de ser levada com a nova amiga, a velha carrancuda arma um de seus truques, prendento até a Morte em sua querida árvore. A pereira da Tia prendia ali, naquele fim de tarde, a única certeza da humanidade. Tia Miséria a libertaria, somente na condição de que esta pudesse escolher o momento em que sairia às voltas com aquela que a encurralou. 

Por Paulo Infante
Entre as subidas e as decidas dos artistas de suas pernas-de-pau, a peça ali logo terminava, assim como o destino de seus personagens, a tarde, e o FACE - não sem antes passar o chapéu. Canção e aplausos assustaram aos pombos, e como ao fim de todo bom teatro, das crianças, estarrecidas, pouco se ouvia.

“Da abóbora faz melão, do melão faz melancia. Da abóbora faz melão, do melão faz melancia...”.

Por Paulo Infante


Leia mais...

Cultura nas Eleições: Clodoaldo Gazzetta (PV)

4 de outubro de 2012
0
O e-Colab começa hoje uma série de posts que pretende mostrar a essência das propostas dos quatro candidatos a prefeitura de Bauru no que cerne a Cultura de Bauru. É simples. Fizemos quatro perguntas sobre problemas diversos da gestão cultural da cidade e apresentamos apenas as respostas. O conjunto dessas respostas pretende facilitar a interpretação das propostas e, esperamos, ajudar o bauruense a escolher seu voto no próximo domingo, dia 07.

(Nota: Não conseguimos contato com o candidato Rodrigo Agostinho até o momento e por isso não participa dessa série de posts).

Confira aqui as ideias de Paulo Sérgio Martins (PSTU).

O candidato do Partido Verde conversou com o e-Colab sobre as suas propostas para a cultura bauruense.

“Para que os eventos tenham uma interligação entre o centro e a periferia é preciso haver planejamento. Antes existia um projeto chamado de caminhão-palco. Ele oferecia apresentações culturais de forma itinerante. Era um projeto legal, porém tinha um fundo político. Eu pretendo retomá-lo com uma cara nova, pois ele ajudaria os artistas da cidade. Seria feito uma vez por mês (em um fim de semana), com financiamento público, pois a cultura é um instrumento de lazer para as pessoas.”


“Nos grandes eventos o planejamento também é importante. Sem isso, estamos na contramão da história. Pretendo renovar as concessões das empresas de ônibus mediante a condição de que elas ofereçam passagem de graça durante os grandes eventos culturais. Existe um fundo da prefeitura para financiar eventos culturais. A minha intenção é facilitar o processo de financiamento tornando-o menos burocratizado.”


“No governo federal, existe a Lei Rouanet e aqui em Bauru tem a Lei de Estímulo à Cultura. Se houver a possibilidade, farei outras leis de fomento à cultura, apesar disso não estar previsto no programa de governo. Vou fazer o vale-cultura para os funcionários públicos municipais. Seriam gastos 25 mil reais para 5 mil funcionários. Esse dinheiro custearia a ida dos servidores a salas de cinemas, espetáculos teatrais, shows musicais, entre outros.”

“O reconhecimento dos Conselhos tem que ser deliberativo. Quando eu era secretário do Meio Ambiente, passei o comando do Condema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) para a sociedade civil. A sociedade é quem deve dar força para os conselhos. O prefeito deve fazer isso, ainda que tenha que enfrentar resistências.”
Leia mais...

Cultura nas Eleições: Paulo Sergio Martins (PSTU)

3 de outubro de 2012
0
O e-Colab começa hoje uma série de posts que pretende mostrar a essência das propostas dos quatro candidatos a prefeitura de Bauru no que cerne a Cultura de Bauru. É simples. Fizemos quatro perguntas sobre problemas diversos da gestão cultural da cidade e apresentamos apenas as respostas. O conjunto dessas respostas pretende facilitar a interpretação das propostas e, esperamos, ajudar o bauruense a escolher seu voto no próximo domingo, dia 07. 

(Nota: Não conseguimos contato com o candidato Rodrigo Agostinho até o momento e por isso não participa dessa série de posts). 

Veja agora as ideias de Paulo Sergio Martins (PSTU) sobre a Cultura de Bauru:

"É necessário levar a discussão para dentro da periferia, descentralizar a cultura. Organizar eventos em cada bairro, sem competição, mas tendo cada um sua forma de cultura. É preciso socializar. Eu vejo em muitos festivais no Vitória Régia, o pessoal vindo a pé, sabe. É muito longe. Eles precisam ter algum evento nos bairros deles." 

"Em muitos bairros existe muito talento. A dança, o hip hop. Temos que dar oportunidade a eles, um degrau para subir, porque eles têm muito talento. A ideia é fortalecer as atividades de cada bairro."

"Tudo o que o que for favorável ao fomento à cultura, eu sou a favor. Mas eu sou contrário se vier com participação da iniciativa privada. Por que visa o lucro, o projeto perder a razão de ser, por isso não sou favorável."

"O problema é que os conselhos não são deliberativos. São de interesse da Câmara e do Prefeito. O prefeito não pode passar por cima do Conselho, ele tem que ser respeitado. O Conselho também deve funcionar em vários bairros para haver maior participação da comunidade."

Leia mais...

A cultura como plataforma para a construção das cidades que queremos

Documento estabelece treze pontos básicos para a construção de cidades melhores através da cultura 

Por Nathália Silva

Está rolando desde o dia 25 de setembro a petição pública para a aprovação do documento que sintetiza as propostas para a realização do projeto “Cidade Que Queremos” em Bauru. A elaboração do documento, que já conta com o apoio do atual prefeito Rodrigo Agostinho e da candidata à prefeitura Chiara Ranieri, foi iniciada e estimulada por representantes do Enxame Coletivo e dos Pontos de Cultura Aldire Pereira Guedes e Acesso Hip Hop, mas contou com a participação ativa de diversos outros agentes sociais, como estudantes, artistas e outros participantes do processo de produção e circulação cultural e intelectual da cidade. 



Dividido em quatro eixos básicos – descentralização, gestão cultural, patrimônios físicos e imateriais, e estrutura – o documento estabelece treze diretrizes para a fruição e fomento à cultura na cidade e que visam o estreitamento entre o poder público e os movimentos culturais, conferindo maior visibilidade a esse setor e possibilitando o incentivo aos demais setores da sociedade. Artur Faleiros, um dos representantes do Enxame Coletivo, afirmou o quanto os quatro blocos são fundamentais e complementares, mas explicou de que forma a gestão serve de base e ferramenta para os demais. “A partir da gestão a gente consegue evoluir com mais velocidade nos outros pontos, é um gargalo estruturante, que consegue fazer com que a gente evolua de maneira cavalar dentro das outras. É importante entender que está tudo conectado de alguma maneira, mas que a gestão pode catalisar os outros processos.”. 

O projeto “Cidade Que Queremos” vem sendo realizado nacionalmente por mais de 30 coletivos do Fora do Eixo e tem como objetivo colocar como pauta dos debates das eleições municipais a necessidade de cidades mais coletivas, livres e criativas, tudo isso utilizando a cultura como mecanismo básico. Trata-se de uma ideia que visa, em médio prazo, a construção de um Brasil que queremos, integrando, deste modo, as demandas e conquistas de cada região envolvida com o projeto. 

Debates sobre os meios e requisitos para a construção das cidades que queremos estão acontecendo e sendo transmitidos diariamente através da Pós-TV desde o dia 15 de setembro. Tal divulgação e difusão do debate, segundo Artur, facilita o aumento do repertório de cada cidade, ponto fundamental para a integração e aumento do fluxo cultural entre as regiões envolvidas. “A gente está retomando o movimento de reentender o papel da cultura dentro da sociedade como movimento social, como força antropológica, como chave de desenvolvimento.”, acrescenta o representante do Enxame Coletivo.


Leia mais...

Faculdade Que Queremos

2 de outubro de 2012
0
Eleições na FAAC; contribua para a construção de uma faculdade melhor!

Nos dias 08 , 09 e 10 de outubro de 2012 acontece as eleições para a Direção da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, com duas chapas concorrendo: "Experiência, Participação e Planejamento", composta por Nilson Ghirardello e Marcelo Carbone, e a chapa "Renovação e Participação", de Paula Landin e Maria do Carmo Palhaci.

Baseado no documento “Cidade Que Queremos”, que prevê nortear a criação de políticas públicas para o desenvolvimento da Cultura nas cidades, e também políticas que valorizem a produção local e regional (bem como seus valores agregados nas culturas e manifestações tradicionais, populares, de massa e com diversidade), o documento propõe uma linha de atuação básica de questões emergentes com base em propostas apresentadas por grupos e pessoas que tem envolvimento e interesse na temática, funcionários e alunos. Imaginamos, da mesma forma, transferir a proposta para outros campos de atuação pública, como é o caso das Universidades.

Créditos: ACI/FAAC


A proposta é elencar pontos essenciais que sejam de interesse de funcionários e alunos para a construção da “Faculdade Que Queremos”, visando a melhor qualidade de ensino, estrutura, diálogo e participação; partindo do princípio de que independente de chapas, determinadas propostas devem ser asseguradas para a garantia de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Assim, o documento “Faculdade Que Queremos” deverá ser apresentado às chapas candidatas à gestão da Diretoria 2013-2016.

Assim, gostaríamos de convidar a todos os alunos para a ação dentro da FAAC, visando garantir que as propostas das chapas candidatas à Diretoria da Faculdade estejam de acordo com a necessidade real dos estudantes e funcionários dela para que possamos garantir a "Faculdade Que Queremos" para os próximos quatro anos.

Centros Acadêmicos, Diretórios, Empresas Juniores, projetos de extensão, cursos, salas, alunos: vamos nos unir em prol da FAAC que queremos! Reúnam-se e tragam seus pontos para a assembleia da "Faculdade Que Queremos" no dia 04/10 (quinta-feira), ao meio dia no Guilhermão para discutirmos e elaborarmos o documento final! Estão todos convidados a participar da construção de uma FAAC melhor!

Leia mais...

Também quero entrar nessa dança!

1 de outubro de 2012
0
Por Giovanna Diniz
Fotos por Paulo Infante




Sempre achei que a dança contemporânea fosse algo ininteligível. Mas nesse ano comecei a pesquisar mais sobre esse ramo da dança, assisti mais espetáculos e participei de oficinas que me fizeram mudar de ideia. Dança contemporânea é sobre liberdade. É sobre conhecer o próprio corpo, o espaço, o que está ao redor. É o improviso carregado de sentidos, é libertar-se dos movimentos mecânicos do cotidiano. Mas, mesmo assim, é trazer um pouco de si para a dança. É a coreografia do impulso, do instinto. Como disse a professora Sara Mazon, “as regras servem para serem quebradas”. 

No entanto, a dança contemporânea não é só introspectiva. Ela requer conexão com o outro, confiança e desprendimento. Houve um momento durante a oficina "Expressão e Movimento", que compõe a programação do FACE (Festival de Artes Cênicas de Bauru) onde puder ver isso claramente: aprender os movimentos com a professora até que não era difícil, mas na hora de interagir com os outros, havia uma preocupação em focar no parceiro de dança. Apesar de tudo, era só se soltar. A música ditava o ritmo do movimento. E que repertório! Ao som de Norah Jones, Cranberries, Beirut e até mesmo músicas indianas os alunos iam aprendendo a brincar com o próprio corpo, às vezes interagindo com os outros, às vezes com objetos como blusas e sacolas ou até mesmo sozinho, usando a própria imaginação. 

Afinal, o que se sabe sobre dançar? Como o próprio nome da oficina dizia, é uma “expressão corporal”. Mas, além disso, é uma forma de comunicação. Reduzimos tanto o que sentimos e o que queremos expressar em palavras que às vezes esquecemos que existem outros canais que também podemos usar. E no caso da dança contemporânea, o bailarino passa muito mais do que uma mensagem. Está ali sua vivência, sua experiência. O espectador desse tipo de arte deve esquecer qualquer julgamento de certo e errado, como o próprio bailarino fez. E até, se ele quiser também pode arriscar e entrar na dança, como eu fiz! 

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” (Friedrich Nietszche)



Leia mais...