A cultura como plataforma para a construção das cidades que queremos

3 de outubro de 2012
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Documento estabelece treze pontos básicos para a construção de cidades melhores através da cultura 

Por Nathália Silva

Está rolando desde o dia 25 de setembro a petição pública para a aprovação do documento que sintetiza as propostas para a realização do projeto “Cidade Que Queremos” em Bauru. A elaboração do documento, que já conta com o apoio do atual prefeito Rodrigo Agostinho e da candidata à prefeitura Chiara Ranieri, foi iniciada e estimulada por representantes do Enxame Coletivo e dos Pontos de Cultura Aldire Pereira Guedes e Acesso Hip Hop, mas contou com a participação ativa de diversos outros agentes sociais, como estudantes, artistas e outros participantes do processo de produção e circulação cultural e intelectual da cidade. 



Dividido em quatro eixos básicos – descentralização, gestão cultural, patrimônios físicos e imateriais, e estrutura – o documento estabelece treze diretrizes para a fruição e fomento à cultura na cidade e que visam o estreitamento entre o poder público e os movimentos culturais, conferindo maior visibilidade a esse setor e possibilitando o incentivo aos demais setores da sociedade. Artur Faleiros, um dos representantes do Enxame Coletivo, afirmou o quanto os quatro blocos são fundamentais e complementares, mas explicou de que forma a gestão serve de base e ferramenta para os demais. “A partir da gestão a gente consegue evoluir com mais velocidade nos outros pontos, é um gargalo estruturante, que consegue fazer com que a gente evolua de maneira cavalar dentro das outras. É importante entender que está tudo conectado de alguma maneira, mas que a gestão pode catalisar os outros processos.”. 

O projeto “Cidade Que Queremos” vem sendo realizado nacionalmente por mais de 30 coletivos do Fora do Eixo e tem como objetivo colocar como pauta dos debates das eleições municipais a necessidade de cidades mais coletivas, livres e criativas, tudo isso utilizando a cultura como mecanismo básico. Trata-se de uma ideia que visa, em médio prazo, a construção de um Brasil que queremos, integrando, deste modo, as demandas e conquistas de cada região envolvida com o projeto. 

Debates sobre os meios e requisitos para a construção das cidades que queremos estão acontecendo e sendo transmitidos diariamente através da Pós-TV desde o dia 15 de setembro. Tal divulgação e difusão do debate, segundo Artur, facilita o aumento do repertório de cada cidade, ponto fundamental para a integração e aumento do fluxo cultural entre as regiões envolvidas. “A gente está retomando o movimento de reentender o papel da cultura dentro da sociedade como movimento social, como força antropológica, como chave de desenvolvimento.”, acrescenta o representante do Enxame Coletivo.


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